terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Zigurates

Não que elas não sejam legais, mas têm vezes que a boa e velha masmorra fica batida em nossos jogos. Labirintos, paredes de pedra, armadilhas escondidas etc. são fórmulas que todo DM de fantasia medieval já usou. Então, por que não mudar um pouco? Ou melhor, por que não dar a ela uma aparência ou um contexto diferente?

Extraídos diretamente da Suméria, os templos zigurates já preencheram diversas histórias de mídias interativas, trazendo para espectadores e leitores belíssimas e interessantes composições de cenário. Feitos em estruturas piramidais, os zigurates possuíam três tipos diferentes de base: a quadrada, mais comum; a retangular, feita em menor escala; e a redonda, que normalmente não era usada, mas que provavelmente foi o alicerce do templo de Marduk, edifício cuja história pode ter originado a lenda da Torre de Babel da Bíblia. O material usado nesse tipo de santuário era o tijolo de argila cozido, e estes não possuíam argamassa ou cimento para juntá-los, senão betume, palhas e ervas. Com relação à altura, o zigurate podia chegar a até sete andares, sempre com terraços cada vez menos espaçosos a cada novo nível. Rampas ou escadas levavam, contínua ou descontinuamente, de forma reta ou espiralada, até topo, onde se encontravam as salas de adoração aos deuses.

1. Escadarias: levam direta ou indiretamente ao templo.
2. Contrafortes: servem para reforçar as paredes do zigurate.
3. Portão: antecâmara do pináculo
4. Buracos Laterais: permitiam que a água do interior evaporasse.
5. Drenos: serviam para retirar a água da chuva empossada.
6. Terraço: área plana coberta por tijolos.
7. O Templo: onde eram realizados os rituais e cultos aos deuses.

Ao contrário do que se pensa, a entrada dos zigurates eram vedadas à massa. Apenas sacerdotes tinham acesso aos níveis internos, que eram feitos de tijolos queimados. Para a sociedade daquela época, essas construções megalíticas serviam para unir, ligar o plano de existência material às essências dos deuses, permitindo que os mais capacitados – leia-se ministros religiosos – pudessem entrar em contato com as divindades adoradas. Os formatos quadrados dos templos (mesmo se a base era redonda) se dava ao fato deste ser um requisito fundamental da cosmologia para a comunhão com os deuses.


Na fantasia, os zigurates sempre foram vistos como locais malignos de veneração a deuses perversos. Muito disso se atribui ao fato de nossas crenças terem diabolizado as práticas religiosas sumérias, que envolviam sacrifícios e adorações à divindades irritadiças, cuja fúria se traduzia em castigo ao povo local.

Mas já especificamente nos RPGs, os zigurates são, na maior parte das vezes, encarados como lugares cheios de mistérios, maldições antigas e desafios. Como modelos, temos duas estruturas icônicas retiradas dos módulos old school do AD&D que podem nos trazer grandes ideias para jogos. São elas: C1: The Hidden Shrine of Tamoachan, um zigurate/pirâmide Maia repleto de inimigos, e a sala #23 do módulo S2: White Plume Mountain, que é, dentro da masmorra, um zigurate invertido.

Você já teve a experiência de ter um desses em sua mesa?

4 comentários:

  1. Nunca cheguei a usar um zigurate em minhas aventuras, embora planeje realizar isso em breve. Tenho um sonho antigo de narrar a Epopeia de Gilgamesh em RPG um dia!

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  2. Zigurates me lembram logo Dark Sun, com o Zigurate de Tyr e os rituais de Kalak.

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  3. Pois é. Tendo lugar cativo em todos os róis das construções mais misteriosas e incríveis, nada melhor do que sempre confirmar presença nos RPGs.

    E Zigurate me lembra automaticamente a Conan.

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  4. E pensar que a torre de babel é um Zigurate

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