sábado, 2 de março de 2013

Palantíri, itens amaldiçoados (corrompidos)

No D&D, itens amaldiçoados sempre estiveram presentes, tendo seus conceitos advindos de famosos objetos da literatura fantástica, como a espada Stormbringer, dos contos de Elric de Melniboné, a lâmina Frostfire, da série Kothar e, obviamente, o Um Anel tolkeniano.

Os motivos que levam determinado artigo a se tornar "amaldiçoado" pode variar largamente numa ampla gama de possibilidades. Dentre eles, a maldição pode ter sido instalada propositalmente, sendo esta considerada um flagelo para uns (como um povo, comunidade ou raça), e uma dádiva para outros (normalmente o feitor ou os feitores da peça). Pode ter sido a maldição originada por um erro ou descuido na confecção mágica do item. E pode até mesmo ter acontecido natural ou inadvertidamente, sem que ninguém tomasse conhecimento do que estava para ocorrer (a exemplo de objetos encantados e amaldiçoados por espíritos).

Mas em meio às diversas alternativas, uma que chama bastante a atenção é aquela a que denominei de "corrupção". Corrupção é o meio de "amaldiçoar" um item que, na verdade, não foi confeccionado para esse propósito, mas, por ter passado por algum evento singular, acabou por ser considerado agourento e imbuído de males. É o caso, por exemplo, das palantíri.

As palantíri são objetos extremamente mágicos, confeccionados pelos elfos Noldor nos Dias Antigos. Suas aparências lembram a uma bola de cristal, podendo possuir vários tamanhos diferentes, mas sendo estas completamente negras. Sua superfície lisa, assim como a do Um Anel, provavelmente por ser uma peça mágica, não possui marcas ou arranhados e nem é possível fazê-los. Mas a função delas, em resumo, é poder permitir a comunicação (mesmo sem transmissão som) à longa distância ou garantir a proteção de fortificações.

Entretanto, apesar da clara intenção de sua criação, na Terceira Era da Terra-média, as palantíri passaram a ser consideradas amaldiçoadas. Ocorreu que Sauron, o mais admirável Maia; aquele que traiu seu senhor para se juntar às forças de Morgoth, o Grande Inimigo; aquele conhecido como O Necromante ou O Senhor dos Anéis (antagonista principal da famosa saga tolkeniana); se apoderou de uma das pedras. Deste momento em diante, podendo observar toda e qualquer coisa mostrada a partir das outras palantíri alinhadas com a que possuía, era capaz de incutir ideias em quem inadvertidamente as usasse (como Saruman, o mago/Maia extremamente sábio e poderoso, que caiu em sua cilada; e Denethor II, regente de Gondor, que foi levado à loucura e desgraça).

Ou seja, a partir desse momento, as palantíris alinhadas àquela sob o domínio do Inimigo passaram a ser consideradas amaldiçoadas, pois suas utilidades estavam subjugadas, e fadadas a conferir aos seus portadores problemas indescritíveis. Eis um verdadeiro exemplo de corrupção, que mina as bases e os elementos primordiais da existência de determinada coisa e as transforma noutra completamente diferente da qual fora projetada.

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