terça-feira, 26 de março de 2013

Crossover: Mouse Guard vs. Pet Sematary

Sean McFarland é o artista por trás desse desenho super-maneiro, que mistura duas obras que admiro incontestavelmente: (1) Mouse Guard, quadrinho criado por David Petersen que conta a história de três ratinhos guerreiros (Saxon, meu favorito; Lieam e Kenzie) e as dificuldades que eles e outros de sua espécie têm em manter suas tocas e cidades livres de ameaças climáticas e predadores; e (2) Pet Sematary, livro escrito pelo mestre Stephen King, que conta a história de uma família estadunidense comum que fora morar próximo a um antigo cemitério indígena capaz de fazer criaturas mortas voltarem a vida; ou melhor, capaz de fazer seus corpos voltarem a se mover, servindo de invólucro para alguma espécie de entidade maligna.



No desenho acima, temos: Saxon, o fødão, dando umas mordiscadas com sua montante na cabeça do Church, gato da família Creed em Pet Sematary; Lieam, de verde, o ameaçando com seu gládio; Kenzie, de azul, saltando de um possível atropelamento; e, do lado direito, um ratinho que desconheço (talvez Celanawe?) portando o Black Axe, uma arma lendária no mundo de Mouse Guard.

Interessante salientar também que esses bravos ratinhos, principalmente por causa da temática de suas histórias (cavaleiros, guerreiros, espadas e oponentes "monstruosos"), também possuem um RPG muito interessante homônimo à HQ. O Mouse Guard RPG foi desenvolvido por Luke Crane, criador do sistema Burning Wheel, e recebeu, em 2009, o prêmio de Melhor RPG no Origins Awards, evento que premia, em diversas categorias, os melhores jogos de determinado ano, sejam eles TCGs, Board Games, Wargames, RPG ou outros.

O Mouse Guard RPG é um excelente jogo, principalmente porque nos dá ideias incríveis para serem aplicadas em outros sistemas e em outros tipos de aventuras de fantasia medieval. Resumidamente falando -- uma vez que ele é tão maneiro que merece uma ou mais postagens exclusivas --, o jogo dá grande valor ao companheirismo, à parceiria e à vida em comunidade, princípios largamente enfatizados na HQ. Nele, seu personagem não nasce Conan (e mesmo Conan não sabia lutar), ele nasce um ratinho trabalhador, filho de um ratinho também trabalhador, neto de outro rato que também, adivinhe, trabalhava bastante. Todos labutam em prol do bem comum, e todos se ajudam comutativamente. Mesmo aqueles que tiveram a honra de seguirem carreira na Mouse Guard, um dia de suas vidas aprenderam outras profissões e adquiriram outras habilidades de outras disciplinas que não a de matar ou combater. E o MGRPG trabalha muito bem em cima disso, principalmente através da forma como você monta a história de seu personagem (dizendo quem foi seu pai, sua mãe, parentes, mentores etc.), porque isso intefere nos pontos finais que você terá para gastar em determinadas áreas de sua ficha e nas habilidades adquiridas. Ou seja, conceitos extremamente legais que podem ser levados para outros RPGs facilmente, principalmente aqueles em que o combate é importante, mas uma história legal também.

Finalizando, tem muita coisa interessante para se falar a respeito de Mouse Guard; coisas que vou deixar para outro dia. Por hora, fiquemos com esse desenho legal. Um grande abraço!

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